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Microbioma da boca, risco de câncer de pâncreas e o que isso tem a ver com sua higiene bucal

  • Foto do escritor: Marina Seixas
    Marina Seixas
  • 27 de out.
  • 3 min de leitura

Nas últimas semanas, um estudo ganhou manchetes: bactérias e fungos presentes na boca podem triplicar o risco de câncer de pâncreas. Antes de qualquer susto, vale entender o que a ciência de fato mostrou e o que você pode fazer no dia a dia para proteger sua saúde bucal e sistêmica.



O que o estudo encontrou


Pesquisadores analisaram amostras de saliva de mais de 100 mil adultos e acompanharam essas pessoas por quase uma década. Eles observaram que certos “perfis” do microbioma oral (combinação de bactérias e fungos) estavam associados a maior risco de desenvolver câncer de pâncreas no futuro. Um conjunto específico de microrganismos elevou o risco em mais de três vezes.


Importante: associação não é causa. O estudo não diz que “bactéria X causa câncer”. Ele indica que a saúde da boca reflete (e possivelmente influencia) processos inflamatórios no corpo. É um alerta para cuidarmos melhor da boca e para que a pesquisa avance em biomarcadores não invasivos que ajudem a identificar pessoas de maior risco mais cedo.


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Por que a gengiva inflamada interessa ao resto do corpo


Quando há acúmulo de placa e gengivite/doença periodontal, a mucosa fica mais permeável e a inflamação local pode “vazar” mediadores inflamatórios para a circulação.


Não é à toa que quadros periodontais se associam a doenças cardiometabólicas e, agora, entram no radar também em pesquisas oncológicas. Revisões recentes reforçam essa ponte entre microbioma oral, inflamação e doenças sistêmicas.


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Onde entram os irrigadores orais


Limpar entre os dentes todos os dias é tão essencial quanto escovar. Para isso, há diferentes ferramentas (fio, escovas interdentais, irrigadores). Evidências novas ajudam a entender quando o irrigador pode ser um aliado:


  • Redução de inflamação gengival e sangramento: estudos e revisões de 2024–2025 mostram que irrigadores reduzem gengivite/placa mais do que escovação isolada e, em alguns cenários, se comparam a escovas interdentais.


  • Ortodontia, implantes e áreas de difícil acesso: em aparelhos, pontes, coroas e implantes, o jato d’água chega onde o fio luta para passar, ajudando a controlar biofilme e a inflamação.


  • Adesão no mundo real: há pessoas que simplesmente não usam o fio com regularidade. Nesses casos, um dispositivo que facilita a rotina pode ser a diferença entre “limpar de verdade” ou não. A ADA (associação odontológica dos EUA) reconhece irrigadores com Selo de Aceitação como seguros e eficazes para remoção de placa e redução de gengivite.


Não existe “um único melhor para todos”. O melhor é o que você consegue usar todos os dias, com técnica correta e orientação profissional.


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Guia rápido (baseado em evidências)


  • Escove 2x ao dia com creme dental fluoretado e limpe entre os dentes diariamente (fio/escova interdental/irrigador: escolha o que se adequa à sua boca e rotina).


  • Trate sangramento gengival: sangrar ao passar fio/escovar não é “normal”. Procure avaliação.


  • Consultas regulares ao dentista: prevenção, ajuste de técnica e limpeza profissional fazem diferença, sobretudo em quem tem fatores de risco (diabetes, tabagismo, histórico periodontal).


  • Estilo de vida também conta: tabaco e excesso de açúcar prejudicam a saúde bucal e alteram o microbioma.


  • Sinais de alerta sistêmicos (perda de peso inexplicada, icterícia, dor abdominal persistente) não têm relação direta com higiene e exigem avaliação médica. O estudo abre portas para rastreio no futuro, mas não muda as recomendações atuais de triagem para câncer de pâncreas.


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Em resumo


A pesquisa reforça uma mensagem valiosa: cuidar da boca é cuidar do corpo. Manter gengivas saudáveis reduz inflamação crônica e isso é bom para o coração, para o metabolismo e, possivelmente, para reduzir riscos ligados a certos cânceres.


Os irrigadores orais podem ser parte desse cuidado, especialmente para quem tem áreas difíceis de higienizar. Decida com seu dentista qual ferramenta combina com a sua boca e com a sua rotina.


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