Creatina e saúde feminina: do pré-natal à menopausa
- Marina Seixas
- 2 de out.
- 2 min de leitura
A ciência vem revelando, cada vez mais, que a creatina pode desempenhar um papel bem amplo — inclusive na saúde da mulher, em fases críticas como a gestação, o pós-parto e a menopausa.
Gestação: um escudo energético para mãe e bebê
Durante a gravidez, o corpo materno enfrenta uma demanda energética imensa. O cérebro e a placenta são particularmente dependentes de energia constante para funcionar.
Pesquisas recentes investigam a creatina como um protetor em situações de hipóxia perinatal — quando o bebê sofre com a falta de oxigênio no parto.
Um estudo publicado em Nutrients mostrou que a suplementação materna de creatina poderia reduzir danos neurológicos em recém-nascidos expostos à hipóxia. É como oferecer ao bebê um gerador reserva para momentos de “apagão energético”.

Energia para lidar com a fadiga no dia a dia
Mesmo fora da gestação, muitas mulheres relatam fadiga persistente — seja pelo acúmulo de funções, alterações hormonais ou estresse crônico.
A creatina age como uma bateria celular extra, ajudando a sustentar energia rápida em momentos de maior demanda. Revisões científicas sugerem que a suplementação pode atenuar sintomas de fadiga física e mental, especialmente em períodos de privação de sono.
É como se o organismo tivesse sempre um “carregador portátil” disponível para o cérebro e os músculos.

Menopausa: como a creatina ajuda durante esse período
Com a queda do estrogênio, a menopausa acelera dois processos silenciosos: a perda de massa muscular (sarcopenia) e a redução da densidade mineral óssea (osteopenia/osteoporose).
Aqui, a creatina aparece como aliada quando combinada ao treino de resistência. Estudos indicam ganhos em massa magra e força, além de indícios de efeito positivo sobre a saúde óssea.
Na prática, isso significa mais independência, menos risco de quedas e uma qualidade de vida prolongada.
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O que dizem os organismos internacionais
A OMS já reconhece a sarcopenia como um problema de saúde pública, que afeta de 10% a 20% dos adultos acima dos 60 anos.
Se estratégias seguras como a creatina puderem retardar esse processo, estamos falando não apenas de saúde individual, mas de um impacto coletivo sobre envelhecimento ativo e custos com saúde.

Conclusão
A creatina ainda não é prescrita rotineiramente para mulheres fora do contexto esportivo. Mas as evidências vêm crescendo e apontam para um potencial que vai da proteção neonatal até o envelhecimento saudável.
Mais do que um suplemento, ela pode ser uma ferramenta de cuidado em fases críticas da vida feminina. E a ciência está apenas começando a revelar esse papel.
Fontes:
Smith, R. et al. Creatine Metabolism in Female Reproduction, Pregnancy and Newborn Health. Nutrients, 2021.
Forbes, S. et al. Creatine Supplementation in Women’s Health: A Lifespan Perspective. Nutrients, 2020.
Pinto, C. et al. Creatine Supplementation by Elderly. JCSM, 2016.
Candow, D. et al. Current Evidence and Possible Future Applications of Creatine Supplementation for Older Adults. Nutrients, 2021.
World Health Organization. Ageing and health. 2022.



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